quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Rato Ciborg: Cientistas da USP fazem rato gerar eletricidade.



Biobateria (esquerda) implantada  dentro da veia do rato
Não é mais uma história de Super-Mouse. Os alunos de Pós-Graduação Rodrigo Iost, Marccus Martins e Fernanda Ferreira do Grupo de Bioeletroquímica e Interfaces (IQSC-USP) criaram uma biobateria (Biocélula a Combustível) capaz de gerar 100 microwatts de potência dentro da veia de um rato. O combustível para a biocélula é a glicose, que está presente no sangue do animal. A biobateria apresenta o novo recorde, dentre as apresentadas na literatura  científica internacional. O motivo do sucesso desse novo dispositivo, que converte energia química em energia elétrica, está na maneira como as enzimas (catalisadores biológicos) estão presas em um dos polos da biobaterias. Para isso, os pesquisadores utilizaram nanopartículas e uma molécula conhecida como vermelho neutro. Essa molécula já era conhecida por suas propriedades de corante e pela sua aplicação em reações de polimerização. Esse trabalho é desenvolvido em colaboração com a bióloga, Profa. Dra. Maria Camila Almeida, especialista em cirurgias. Os pesquisadores acabaram de submeter o trabalho para publicação. Segundo um dos autores do trabalho, o Doutorando Rodrigo Iost, biocélulas a combustíveis são dispositivos bioeletroquímicos que convertem energia química em energia elétrica, onde enzimas e/ou microorganismos são utilizados em bioânodos e biocátodos, catalisando a oxidação de combustíveis (ex. glicose) e a redução de agentes oxidantes (ex. O2), respectivamente. Ele ainda acrescenta: "A literatura aponta para que as biocélulas enzimáticas sejam aplicadas como biobaterias implantáveis, ou melhor, um conversor de energia para marca-passos, bombas de insulina, implantes neurais, bioestimuladores elétricos e liberação controlada de fármacos.  Em teoria, BCs de glicose/O2 implantáveis são termodinamicamente atraentes, uma vez que podem gerar uma diferença de potencial maior que 1,0V, além de que tanto a glicose quanto o oxigênio molecular estão disponíveis em muitas regiões do organismo humano. Por outro lado, as atuais biocélulas enzimáticas apresentam baixa constante cinética de transferência de carga entre as enzimas e os eletrodos, baixa densidade potencia e baixa estabilidade enzimática, o que limita a aplicação. Os desafios para melhorar essas propriedades têm sido o estado-da-arte no desenvolvimento de biocélulas, além da busca de novos procedimentos de micromanipulação para miniaturização dos biodispositivos para implantes in vivo.  Esse é um dos focos do projeto de doutorado que desenvolvo, visando o estudo e o desenvolvimento de biocélulas de glicose/O2 miniaturizadas." 

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